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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Os precursores

No final do século XVIII e início do século XIX, se produziram na Europa grandes avanços tecnológicos que deram início a chamada "revolução industrial". As custosas instalações  e maquinarias exigiram a concentração de capitais; ocasionaram o fechamento de muitas empresas artesanais e determinaram a formação de fábricas cada vez maiores, que reuniam, na mesma planta, numerosos operários (antigos artesãos e trabalhadores rurais que emigraram para as cidades).

Nessas primeiras fases do industrialismo, as condições de trabalho para os empregados eram inumanas, cruéis, com jornadas absurdas, salários irrisórios e trabalhos abusivos às mulheres e crianças. Também eram desumanas as condições de vida dos trabalhadores, confinados em residências insalubres, com alimentação insuficiente ou inadequada e desprovidos de cuidados sanitários.
Os pequenos e médios produtores (agricultores, artesãos, etc.) se encontravam, frequentemente, à mercê de comerciantes inescrupulosos que pagavam por seus produtos preços insignificantes  e cobravam preços excessivos por sementes, ferramentas e outros insumos que necessitavam para sua produção. Eram explorados por todos.
Frente a essas desigualdades e injustiças, aparecem as idéias e experiências dos precursores do cooperativismo , em particular, Owen, Fourier, King, Buchez e Blanc.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

A História da Cooperação - Parte 03

• Durante a Idade Moderna (séculos XV a XVIII)



Nesse período se multiplicam e diversificam as manifestações pré-cooperativas.



1. As obras dos pensadores sociais expressam na Europa as preocupações de uma série de filósofos e economistas que tratam de sanar os graves problemas da organização socioeconômica existente. Estes pensadores reconhecem como longínquos antecedentes a Platão (428-347 A.C), por sua obra “A República”; Thomas Morus (1478-1535), autor da “Utopia” , Tommaso Campanella (1568-1639), autor da “Cidade do Sol” , Francis Bacon (1561-1626), que escreveu “ A Nova Atlântida”.


2. As colônias de inspiração religiosa surgem como consequência das inquietações espirituais e também da intolerância da época. Alguns movimentos religiosos organizam colônias de economia coletiva ou comunitárias. Chegaram a 250 a 300 aldeias coletivas (Amana, Ephrata, Harmony, etc) em territórios que hoje correspondem a Alemanha, Grã-Bretanha, Estados Unidos da América, Canadá, etc.


3. Instituições criadas nas colônias hispano-americanas procuraram conservar certas características da organização sócio-econômica dos indígenas. Cabe assinalar a transferência da Espanha para a América, da prática dos “ejidos”, que são campos de propriedade comum ao redor dos povoados onde se podia cultivar ou alimentar o gado. Vale mencionar, ainda, as instituições criadas pelas missões jesuíticas, nas reduções de índios estabelecidas em territórios que correspondem ao Paraguai, Sul do Brasil e Províncias 
Mesopotâmicas da Argentina. Aí houve a combinação da direção dos sacerdotes com diversas características igualitárias e a aplicação de formas de propriedade privada e propriedade comum.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Platão

http://www.youtube.com/watch?v=O-EcCDZ9DxY



Vídeo da apresentação do 1º semestre de enfermagem da UNISUL de Tubarão-SC 2008/A, a respeito da biografia e Mito da Caverna de Platão. Integrantes da equipe: Lorena, Vanessa, Júlia, Priscila,Tuany...

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A História da Cooperação - parte 2

01 – MANIFESTAÇÕES PRÉ-COOPERATIVAS


O atual movimento cooperativo se inicia no final do século XVIII e primeira metade do século XIX. As idéias de solidariedade e ajuda mútua, assim como algumas das normas práticas que aplica o cooperativismo moderno, vêm se manifestando desde tempos muito antigos.

• Durante as épocas pré-históricas
Os homens se agrupavam para caçar, pescar e realizar outras tarefas econômicas utilizando alguns instrumentos de propriedade comum e dirigidos por "chefes" eleitos por eles.

• Durante a Idade Antiga (até século V)
As atividades econômicas são organizadas geralmente embasadas no trabalho forçado efetuado por escravos. Não existiam condições adequadas para o desenvolvimento de associações livres do tipo cooperativo.


• Durante a Idade Média (século VI a XV)
Nesse período se desenvolveram atividades e sistemas de organização que apresentavam diversas características cooperativistas.

Nos meios rurais da Europa se desenvolveram algumas Organizações que se mantiveram até épocas muito recentes.


Especialmente se destacam:


a) "frutières" - localizadas em territórios que correspondem hoje, principalmente, a França; se assemelhavam às atuais cooperativas agrárias.


b) "zadruga"- entre os eslavos, realizava algumas atividades que se assemelham às atuais cooperativas de colonização. Ainda encontramos as "artel " com características das cooperativas de trabalho.
http://www.country-studies.com/bulgaria/society.html

c) os Germânicos desenvolveram associações de agricultores para uma realização de obras de irrigação, construção de diques e exploração de bosques.

Nos meios urbanos da Europa os artesãos e comerciantes se organizaram em "guildas" ou "corporações" que, entre outras atividades, estavam as de autogoverno e de ajuda mútua em matérias econômicas e sociais. http://pt.wikipedia.org/wiki/Guilda  


Na América, desde as épocas mais remotas até a colonização espanhola, as civilizações autóctonas tinham formas de organização sócio-econômica que apresentavam algumas características cooperativas.

Assim, no México, os existiam os "calpulli" ou "Calpullalli" com base nas terras que os astecas adjudicavam às comunidades. Estas terras eram divididas em lotes e cedidas em usufruto às famílias que se uniam para realizar obras de irrigação e outros objetivos comuns.





No Peru, os incas liberavam anualmente, em usufruto, para a comunidade uma extensão de terra que era demarcada proporcionalmente ao número de membros do núcleo familiar - era o "ayllu". Com o produto das colheitas, pagavam os tributos e repartiam o restante entre as famílias.

sábado, 5 de dezembro de 2009

A História da Cooperação



 O Cooperativismo moderno surgiu junto com a Revolução Industrial, como forma de amenizar os traumas econômicos e sociais que assolavam a classe trabalhadora com suas mudanças e transformações.
O processo de industrialização, na sua primeira etapa, fez com que os artesãos e trabalhadores rurais migrassem para as grandes cidades, atraídos pelas fábricas em busca de melhores condições de vida.
Essa migração fez com que houvesse excesso de mão-de-obra, resultando na exploração do trabalhador de forma abusiva e desumana, submetendo-os a uma jornada de trabalho de até 16 horas/dia, e salários que não supriam as necessidades básicas dos trabalhadores. Mulheres e crianças eram obrigadas a ingressar no mercado de trabalho em condições mais cruéis que os homens, passando inclusive a ser exploradas nas minas de carvão...
Os Tecelões de Rochdale


Buscando resolver seus problemas econômicos e financeiros, um grupo de 28 pessoas, sendo a maioria tecelões, reuniu-se em Toad-Lane (Beco do Sapo) da cidade de Rochdale, na região de Manchester, Inglaterra, no dia 21 de dezembro de 1844. Lançavam ao mundo, naquela memorável data, a semente do sistema econômico do Cooperativismo.
Formavam este grupo de idealistas:

01. Benjamin Jordan - ajudou a alugar o armazém onde funcionava a Cooperativa.
02. Benjamin Rudman - tecelão e cartista. Retraído, mas firme e trabalhador.


03. Charles Howarth - operário de fábrica de algodão, era o "Arquimedes da Cooperação". Autor dos estatutos rochdalianos e criador do princípio da distribuição de lucros na produção das contas.
04. David Brooks - estampador e cartista, foi o primeiro encarregado das compras da Cooperativa.
05. George Healey - chapeleiro.
06. James Banford - um dos quatro conselheiros eleitos na primeira assembléia.
07. James Daly - um dos que mais influíram no comitê de tecelões de flanela, em favor da criação da Cooperativa. Foi secretário na primeira administração da Cooperativa.
08. James Maden - tecelão de flanelas, era um dos "adeptos da esperança".
09. James Manock - tecelão de flanelas e cartista, foi suplente várias vezes e conselheiro.
10. James Smithies - classificador de lãs e guarda-livros. Foi considerado o maior dos pioneiros.
11. James Standrind.
12. James Tweedale - fabricante de tamancos e socialista. Um dos primeiros conselheiros e 5º presidente da Cooperativa.
13. James Willkinson - ajudou a alugar o armazém onde funcionava a Cooperativa.
14. John Bent - alfaiate e socialista. Um dos primeiros integrantes do Conselho Fiscal.
15. John Collier - mecânico socialista. Exerceu a função de conselheiro da Cooperativa várias vezes.
16. John Garsid - marcineiro.
17. John Holt - foi o primeiro tesoureiro da Cooperativa.
18. John Hill.
19. John Kershaw - era guarda de armazém de uma mina de carvão. Também trabalhava como cartista.
20. John Sconcroft - vendedor ambulante.
21. Joseph Smith - separador de lã. Participou da reforma social. Integoru a primeira comissão de compras.
22. Miles Ashworth - tecelão de flanelas e cartista, foi o primeiro presidente da Cooperativa de Rochdale.
23. Robert Taylor - organizador da venda de livros e revistas.
24. Samuel Ashworth - tecelão de flanelas, foi o primeiro gerente da Cooperativa, cargo que ocupou por 22 anos. Deixou a Cooperativa com o expressivo número de 6 mil associados.
25. Samuel Tweedale - tecelão, foi o primeiro conferencista da Cooperativa.


26. Willian Cooper - tecelão de flanelas e socialista. Foi o primeiro caixeiro da Cooperativa.
27. Willian Mallaleu - suplente do conselho reeleito na primeira assembléia.
28. Willian Taylor - tecelão, foi um dos primeiros a acreditar e a ingressar no movimento.

Ana Tweedale foi a única mulher que apoiou o grupo, ajudando a conseguir o primeiro local onde funcionou a Cooperativa.

A primeira mulher a ingressar como associada da cooperativa Pioneira, será Eliza Brierley, que foi admitida em maio de 1846.